terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Terra


Terra
nosso querido chão
de caminhos descalços... Afora!
Aflora... Eis que a primavera reluz!
Como passo em trilhas urbanas...
Como luz de sol a sol
desvirginando as manhãs de inverno!
E, naqueles campos por onde passam as estrelas...
Néctares da vida se debruçam nas janelas
pra verem o tempo passar – solitariamente!
Eis me aqui, santificado seja;
o universo quem te criou
Absoluto mundo dos deuses
que a humanidade ainda não te conheceu
Destilando sementes da ignorância
sobre o teu chão... silenciosamente!
Quando tudo acabar
restará um sonho do amanhã – de flores!
Que um dia contemplou a vida
que renasceu das esperanças
que brilhou em cada amanhecer!
E lá estaremos nós
de braços abertos
perdido por entre as estrelas
solitariamente...


Photography by nasa




sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Ausente!


Estou ausente
Quase que inerte!
Minhas pálpebras
Ainda adormecidas
Relutam ao amanhecer...
Ouço vozes!
Passos lentos
Seguem o meu destino...
O cheiro forte de terra
Invade o meu corpo
Molhado pela chuva
Cinzenta e fria...
Uma gota de orvalho
Escorre sobre minhas mãos
Marcadas pelo tempo
Que não aconteceu!
Sinto a paz do teu olhar
Reinar em minha alma
Num sussurro grito
De amar...
Silenciosamente!


Photography by Robinson Aki





quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012


Tenho relutado insistentemente
Para não dizer adeus a quem nunca chegou!
Talvez você ainda possa me guiar
 Na escuridão e na certeza do presente.
Há uma incógnita sobre a lógica dos sonhos...
Onde o real são apenas imagens refletidas
 Ao acaso... Perdida, solta, leve.
Busco a cada segundo as interrogações
 Que não param de surgir em frente a minha rua,
Talvez elas queiram deixar
Um pouco de suas dúvidas no meu caminho,
No meu presente!
Estou farto delas existirem.
Alguém pode exclamar com exatidão
Por onde devo seguir,
Sem a pejorativa da interrogação?

Photographic by Robinson Aki




sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Sentir...


Quero buscar
em teus olhos
as cores do acaso...
Viver cada sonho
mesmo que distante – Fosse!
Usar da minha alma
todo o furor que emana
do meu corpo – e sentir...
Quero deitar lentamente
em cada gota de suor
que brota da tua pele.
Beijar tua face
e rogar aos deuses
por todos os caminhos
desconhecidos...
e minhas mãos
poderem tocar
levemente.
Quero amanhecer
sorrindo para os céus
eternizando a realidade
de um sonho...
Puro
Nobre
Verdadeiro.


Photographic by Carol da Rosa



terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Vazio...



Estou preso dentro do nada...
Numa noite dessas, vi que fazia parte do nada!
Que nada! Talvez era simples a idéia de que o vazio
Estava inserido dentro do meu espaço criativo, também vindo do nada...
Vozes espalhavam por todos os lados de minha retina surda!
Um mundo de cores ainda sobrevivia dentro de minhas próprias
Expectativas... De caminhos ainda a percorrer entre o nada
E a busca da verdadeira face do simplesmente existir...
Sobre a minha janela, percorriam o meu olhar, que distante...
Desembarcavam nas estações de inverno!
Ainda estou embriagado pelo vazio que insiste em considerar
Que o nada deve permanecer indefinidamente por nada...
Estou só somente até o amanhecer
antes que o nada volte intempestivamente...



Photographic by Robinson Aki




sábado, 11 de fevereiro de 2012

Templo...


Meus olhos
Derramaram sobre você!
Tanta beleza escondida...
Um sorriso
Uma palavra
Um gesto – o silêncio!
Trilhei por todos
Os caminhos – preciso!
Pausadamente...
O perfume que exalava
Dos ramos de tua pele
Fino como seda
Escorriam como néctar
Sobre as minhas emoções
Tal forte, que era...
Tal sorte, que tive...
Encontrar você!
Caminhar nesse templo
Deixaram momentos
Inesquecíveis...
Tamanha grandeza
Na essência
No desejo
Em amar você!

Photography by www.dannyst.com

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Silêncio



No silêncio
Desses caminhos
Quase despercebidos...
Num canto escondido
De minha face crua
Uma áurea luz
Profetizava os sonhos
Distantes... Vividos
Em tempos distantes
A certeza do sol
Nascente...
Para sempre
Eternizados nos olhos
Sublimes da razão!
O universo contemporizava
O teu sorriso
Debruçado sobre
Os olhares perdidos...
Nesses caminhos
Ainda adormecidos
Pelo silêncio frio
Das folhas secas
pelo chão!


Photography by Robinson aki

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Cotidiano...


Dia a dia
Vejo-me sentado
Espiando trabalhos
Catando cacos
E vivendo cansaço... Fraco!
Sento num canto
Olho pro lado
Pego no taco
Sempre ocupado
Vivo suado...
Vou-me embora
Pego a bóia
E caio como matuto
Fico morto!

Photography by Robinson Aki
www.flickr.com/photos/amanary

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Outono

Numa noite dessas, caminhando por entre ruas estreitas
 Vi que estava completamente só!
Apenas minha sombra me seguia...
Desanimada pelos meus passos lentos e frios...
As folhas secas gritavam sob os meus pés
Na certeza que havia vida após a sua morte!
O frio cortava a minha pele como faca afiada
 Buscando o ardor alheio.
As vidraças das janelas embaçadas
 Pelos suspiros e orgasmos de desejos
Fluíam por entre as luzes clandestinas das estrelas...
Não havia uma árvore que deixasse de me observar atentamente
 Passo a passo elas debruçavam seus olhares ternos de outono.
As calçadas, bem... As calçadas repousavam os meus pés
 No seu ventre frio e sem destino!


Photography by Robinson Aki


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Amar você...


Quero amar você
Sem pressa...
Sem preocupação
Sem medo do amanhã
Que ora ainda é incerto!
Quero amar você
Com a liberdade
Do meu coração
Por inteiro – na intimidade
Do meu ser!
Quero amar você
Livremente como
A minha janela
Aberta aos céus – o poente!
Quero amar você
Na beira do rio
No meio do nada
Onde a vida começou...
Quero amar você, apenas...
Como deve ser... Simplesmente!
Como um dia qualquer
Numa hora qualquer
Apenas te amar!


Photography by Georg Odermath @ www.fotofine.de


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Sonhos...



Eis me aqui
Sentado sobre
O peitoril da janela!
Os sonhos viajam
Pelos caminhos
De minhas retinas
Em caminhos
Desconhecidos...
Intactos!


Photography by Robinson Aki
www.flickr.com/photos/amanary